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Este site foi desenvolvido como produto final da tese de Doutorado realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais (PPHPBC) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa, conduzida pela doutoranda Luciana Moratelli Pinho, teve como foco a investigação sobre a cidadania e os direitos das mulheres surdas no Brasil, a partir de suas narrativas pessoais e experiências vividas.
Ancorado na metodologia da história oral com narrativas sinalizadas, o projeto tem como eixo central o compartilhamento de memórias e relatos que revelam os desafios enfrentados e as conquistas alcançadas por essas mulheres ao longo das duas décadas posteriores à promulgação da Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação.
Mais do que um repositório digital, este site constitui com o objetivo de se tornar também um acervo comunitário, acessível e bilíngue (Libras e Língua Portuguesa), com caráter colaborativo e participativo. Seu propósito é estimular tanto a reconstrução da história das mulheres surdas quanto o registro de novas histórias, ampliando o repertório de vozes que por muito tempo foram silenciadas. Aqui, as mulheres surdas são protagonistas de suas próprias narrativas, fortalecendo vínculos, reconhecendo vivências comuns e contribuindo para a formação de uma ampla rede de apoio, solidariedade e visibilidade.
Ao reafirmar o protagonismo feminino surdo na luta por direitos linguísticos, sociais e de gênero, esta plataforma se posiciona como um espaço seguro, de escuta e empoderamento. Um lugar onde cada história importa, cada sinal é memória, e cada mulher pode se ver e se fazer ouvir.
Entre a Pesquisa e o Compromisso: Sobre o projeto

Elas Sinalizam a História
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A seção sobre a história da mulher surda brasileira tem como propósito resgatar e valorizar memórias silenciadas, a partir de uma pesquisa realizada no acervo do INES. Por meio de um teaser audiovisual com tradução em Libras, apresenta documentos e registros históricos que evidenciam a luta das mulheres surdas por reconhecimento e direitos. Com abordagem decolonial e interseccional, promove visibilidade, pertencimento e inspiração para outras mulheres surdas.


TEASER MULHERES SURDAS
Olhares que Falam: O Arquivo Visual das Mulheres Surdas
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O arquivo visual da história das mulheres surdas oferece uma visão enriquecedora das vivências e conquistas desse grupo ao longo do tempo. Aqui, você encontrará imagens resultantes de uma pesquisa no Acervo do Instituto Nacional de Educação de Surdos que retratam momentos significativos na educação das ex alunas Surdas. Esta coleção não apenas homenageia as mulheres surdas, mas também destaca sua resiliência e contribuição para a sociedade. Navegue por essa galeria era a beleza e a força que permeiam histórias.
Clique em cima da imagem para ampliar.

Instituto Nacional de Surdos década de 30


1° Seminário sobre deficência auditiva (1974 - INES)
Mulheres surdas e ouvintes sentadas na frente do INES (década de 90)

A crônica publicada no Jornal Diário de Notícias do Rio de Janeiro de Cecília Meireles decorrente de sua visita ao Instituto Nacional de Surdos-Mudos.(1931)

Ex alunas do INES na aula de Educação Física (ano não informado)


Ex alunas surdas do INES (ano não informado)

Ex alunas do INES na aula de costura
Livro de matrícula da ex aluna Cecí Vasconcelos (1927)

Visita Helen Keller ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (1953)

Mulheres e a Lei: Conhecer para resistir
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Esta seção reúne, de forma clara e acessível, as principais leis brasileiras voltadas à proteção e garantia de direitos das mulheres, como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio e a Lei da Igualdade Salarial. Com conteúdo também disponível em Libras, o espaço visa informar, empoderar e promover o acesso à justiça, saúde, educação e trabalho, especialmente para o público feminino surdo, fortalecendo a cidadania e a luta por equidade.
Ao clicar no texto de cada Lei você será direcionada para a página com o texto na íntegra.

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Principais legislações brasileiras que apoiam a mulher surda
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Esta seção apresenta as principais legislações brasileiras que garantem os direitos das mulheres surdas, unindo as conquistas da luta por igualdade de gênero com os avanços na acessibilidade e inclusão da comunidade surda. A Lei de Libras (nº 10.436/2002) e o Decreto nº 5.626/2005 são destaques, assegurando proteção contra a violência, acesso à comunicação e ao atendimento adequado nos serviços públicos. O objetivo é fortalecer o conhecimento e a autonomia das mulheres surdas na busca por seus direitos.
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Ao clicar no texto de cada Lei você será direcionada para a página com o texto na íntegra.

Lei Estadual nº 9676, 11/05/2022
(Rio de Janeiro)
Lei Municipal nº 11.504 de 26/05/2023
(Belo Horizonte)
Braços que Acolhem: Rede de Apoio às Mulheres
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Esta seção reúne informações sobre serviços essenciais voltados ao acolhimento, orientação e proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade. Aqui, você encontrará contatos de centros de referência, delegacias especializadas, serviços de saúde, apoio psicológico e jurídico, além de iniciativas comunitárias que atuam no enfrentamento à violência de gênero e na promoção da autonomia feminina. A proposta é facilitar o acesso das mulheres, especialmente das mulheres surdas, a esses recursos, garantindo que todas possam exercer seus direitos com dignidade, segurança e apoio contínuo.
Ao clicar no título você será direcionada para o site com mais informações

Centros de Referência da Mulher/Centros Especializados de Atendimento à Mulher
São espaços voltados para oferecer acolhimento, suporte social e acompanhamento psicológico a mulheres que sofreram violência.
Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS)
O CREAS oferece atendimento a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, especialmente em casos de violação de direitos, como a violência doméstica. No local, é possível receber informações, orientação jurídica, apoio familiar, auxílio para obtenção de documentação pessoal e encaminhamento para outros serviços de assistência e proteção social.
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)
O CRAS é a principal porta de entrada para a Assistência Social. Nele, a população pode receber orientações sobre benefícios assistenciais e efetuar a inscrição no Cadastro Único para os Programas Sociais do Governo Federal.
Delegacia/Delegacia de Atendimento à Mulher
As delegacias são os principais locais para atendimento em situações de urgência, onde é possível registrar boletins de ocorrência e solicitar medidas protetivas de forma imediata.
Defensoria Pública (atendimento online)
O atendimento jurídico inclui a solicitação de medidas protetivas e o acompanhamento de casos urgentes, como os relacionados à guarda de filhos. Em alguns estados, esse suporte é oferecido por meio do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), setor especializado da Defensoria Pública voltado à proteção dos direitos das mulheres.
São locais seguros e sigilosos que oferecem acolhimento temporário para mulheres em situação de violência doméstica, estendendo o apoio também a seus filhos. O acesso a esses abrigos geralmente ocorre por meio de encaminhamento de serviços especializados, como os Centros de Referência da Mulher (CRMs), os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (CEAMs) e outros equipamentos da assistência social.
Oferece atendimento completo por meio de serviços especializados, incluindo apoio psicossocial, incentivo à autonomia econômica, cuidado infantil, alojamento temporário e transporte. Em um único espaço, reúne também atendimentos da delegacia, juizado, Ministério Público e Defensoria Pública, garantindo acolhimento e suporte integrado às mulheres.
A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos é uma entidade de âmbito nacional que representa a Comunidade Surda, atuando na promoção e defesa de seus direitos.
O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) é considerado, no âmbito do Ministério da Educação, um centro de referência nacional em assuntos relacionados à surdez. Sua atuação envolve tanto o apoio à formulação de políticas públicas quanto o suporte à implementação dessas políticas por estados e municípios.
Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos – DIPEBS, no que tange as ações voltadas para os educandos surdos, surdocegos, com deficiência auditiva sinalizante, surdos com altas habilidades ou superdotação, entre outras.
Sororidade em Sinais: Luta e Apoio nas Redes Sociais
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Esta seção reúne as principais inciativas nas redes sociais de mobilização, acolhimento e empoderamento para a comunidade surda sendo um espaço para visibilizar lutas, conexões e resistências que acontecem em ambiente virtual que impactam de forma real.
As informações e imagens contidas nesta seção foram retiradas diretamente dos perfis abaixo.
Ao clicar no ícone você será direcionada para o perfil com mais informações.
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@feminismosurdo
Movimento de Feministas Surdas do Brasil em prol de informação e discussão sobre direitos e lutas.
@LibrasCast
1° Podcast em Libras sobre produções culturais e noticias
@libras_na_enfermagemoficial
Consultora de Interpretação na saúde
Enfa Referência no atendimento à Paciente Surdo e especialista em Saúde da Mulher
@cordel_maossurdas
Cordel em Libras / Sarau Mãos Arretadas, Pesquisa e extensão, Coordenação de projeto pela cordelista surda @kliciaac
@advogadoemlibras
Projeto Advogado em Libras - Uma plataforma de direitos para Comunidade Surda Deaf, palestras e lives sobre Direito
e atendimento em Libras
@geres_ines
GERES - Grupo de Estudos sobre Racismo e Surdez. Coordenação - Ricardo Janoario. Local: Instituto Nacional de Educação de Surdos
@centraldelibras.smpdrio
Central Carioca de Intérpretes de Libras (CCIL)
@cineclubeines_oficial
O projeto tem como objetivo promover o debate entre os estudantes de graduação do curso de Pedagogia Licenciatura, assim como na comunidade em geral.
@corposquecontam
Cada corpo conta uma história!
Exploramos narrativas, onde corpo e literatura se entrelaçam. Trazendo à tona emoções, identidades e experiências.
@mulheressurdasemacao
Comunidade. Mulher Surda, aqui você tem voz! .
Entrevistas com narrativas sinalizadas
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A seção de entrevistas em história oral com narrativa sinalizada reúne relatos de mulheres surdas que com o objetivo de compartilhar suas vivências, memórias e percepções sobre cidadania, direitos e identidade surda no Brasil. Utilizando a metodologia da história oral sinalizada, as entrevistas foram conduzidas em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), respeitando a língua natural das participantes e garantindo que suas narrativas fossem expressas com autenticidade e profundidade. Esse espaço valoriza o gesto, o olhar e a corporeidade como elementos fundamentais da memória e da expressão surda, apresentando vídeos acessíveis com tradução e legendas.
Cada entrevista representa uma contribuição singular para o entendimento das múltiplas formas de ser mulher e surda em uma sociedade marcada por desigualdades de gênero e barreiras linguísticas. Ao tornar públicas essas vozes, a seção busca fortalecer o empoderamento feminino surdo e promover a escuta sensível das histórias que historicamente foram invisibilizadas.
Esta seção está dividida pelos nomes das entrevistadas.

Ana Barbara
"(...) falando das mulheres, acontece assim eu percebo que acontece com muita luta e com muito esforço. Elas são capazes de avançar e de se desenvolver, então eu vejo algumas mulheres que representam que saem desse estigma que é a Ana Regina Campello, a Luciane Cruz e a Fernanda Grazielle elas são professoras de LIBRAS e elas são modelos para mim porque elas conseguiram se desenvolver dentro da área acadêmica, então eu vejo essas três como pessoas que são capazes e eu me inspiro nelas. "(ANA BÁRBARA, 2025)
Nicolly
"Em algumas situações, percebo que busco informações sobre a questão do movimento feminista. Mas eu sinto também como já aconteceu comigo de ser assediada, eu não tinha com quem me comunicar. Como é que vou usar o telefone? Eu sou surda. Então, é muito importante sim que a mulher surda participe desses movimentos feministas." (NICOLLY, 2025)
Ayandra
"Então, tem uma amiga minha que ela me aconselha demais. É a pessoa que me aconselha mais, e ela é surda, é uma amiga surda. Essa minha amiga fala para eu prestar atenção, para eu conseguir perceber as coisas, para conseguir desenvolver. Eu não posso ter vergonha, que eu preciso ter coragem, que eu sou livre para poder observar, analisar a vida, e eu aceito essa ajuda dela. Às vezes, ela me ajuda em loja, ela me ensina como lidar na loja, ela me faz ter esse empoderamento surdo. Ela me mostra a vida de uma outra maneira. Então, assim, em qualquer lugar, a mulher pode ter representatividade. A gente pode se esforçar, a gente pode conseguir viver. Então, assim, ela me ensina a se esforçar". (AYANDRA, 2025)